Secretaria de Educação - Igrejinha/RS - Educação Infantil

Secretaria de Educação - Igrejinha/RS - Educação Infantil

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Vagas ocupadas na Educação Infantil na rede Municipal de Igrejinha

Desde o início da Administração, gradativamente vem se ampliando o número de atendimentos na Educação Infantil, sendo que em 2014, o aumento mais significativo foram as 25 vagas abertas na EMEI Almiro Grings, porém, nos próximos meses iremos ampliar as seguintes vagas: 
- 40 vagas na EMEI Morada da Colina;
- 120 vagas na EMEI Valério Roth ( Veredas);
Também foi dado início ao projeto que visa a ampliação da EMEI Professora Ida Maria Krupp ( PIMK)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Reflexões sobre adaptação na Educação Infantil

Muitos pensam que a adaptação escolar é o período inicial no qual a criança ingressa pela primeira vez na escola. Com certeza, esta é uma adaptação, mas não a única, pois na escola, acontece todos os anos, em várias idades, inclusive no ingresso numa faculdade, mudança de turno, sala de aula ou de trabalho, curso de especialização, mestrado, etc. De forma geral, o ser humano, em sua formação,encaminha-se de uma adaptação a outra consecutivamente: sair do ventre materno exige adaptação, respirar, ouvir, mamar, sair do hospital, chegar ao lar, a ingerir os primeiros alimentos, deixar de ser filho e tornar-se pai/mãe... Todas essas adaptações influenciam e até permeiam a adaptação na primeira escola, pois todas essas mudanças podem ser traumáticas ou não, dependendo da forma que forem vividas pelo bebê e a maneira que será auxiliada pelo adulto responsável. Assim, toda a adaptação pode ser positiva ou negativa. 
A vida é repleta de encontros e separações. A separação é uma experiência que ocorre em todas as fases da vida humana. Ela começa quando o bebê deixa o útero materno e a partir daí, todas as suas conquistas representarão novas adaptações, pois significam o ingresso no desconhecido e no novo. A angustia da separação da mãe é uma das sensações que acompanham o ser humano em todo o seu desenvolvimento. No ingresso escolar, essa angustia é vivida por mães e filhos. Com as mães é necessário trabalhar a angustia permitindo que as mesmas permaneçam observando o espaço escolar, preferencialmente sem que seus filhos as vejam, para que ela averigúe os benefícios adquiridos pela criança na escola. Com a criança é importante que ela não vincule o cansaço à escola. Como a instituição de educação infantil é repleta de desenhos nos muros, parques, espaços carinhosamente preparados aos educandos, além de atividades planejadas para o desenvolvimento de cada fase da infância, todo esse preparo produz um cansaço na criança nos primeiros dias de escola. 
Por este motivo, para uma adaptação agradável, o tempo de permanência na escola durante os primeiros dias deve ser menor e crescendo progressivamente com o passar dos dias. Esta também é uma maneira de não romper abruptamente a rotina que a criança possuía anteriormente com sua mãe, bem como a mãe não ficar por muito tempo afastada de seu amado filho, sentido-se por vezes, abandonada.
Assim, os pais ocupam papel importantíssimo nessa experiência e devem receber todo o apoio, interesse, esclarecimento, ajuda e motivação. Para isso, é importante ter claro o papel da escola, o que a escola representou na vida pessoal de cada um e o que os pais desejam que a escola represente para seu filho.
Também é fundamental acreditar na capacidade de seu filho e ter claro que a adaptação é algo que pertence às transformações. Bem como crer na possibilidade do próprio filho (mesmo os bebês) resolver seus próprios conflitos pela linguagem e expressão adequada da mesma, evitando gritos e palavras inadequadas sempre que situações conflituosas aconteçam, pois a criança buscará de início os gritos, mesmo quando ela já possui grande acervo linguístico. Nestas situações, a professora conversa com o aluno individualmente, deixando claro que na escola, todas as situações são resolvidas pela conversa.
Facilitar a adaptação do bebê para que a mesma seja positiva demanda conhecimento, percepção, tranqüilidade e principalmente a conversa constante dos pais e adultos responsáveis pelo mesmo. Quando o adulto organiza o seu pensamento sobre o ser que está sob sua responsabilidade, tende a falar com este, utilizando a linguagem para antecipar as situações que poderão ocorrer: como será à saída do hospital, a chegada ao lar, o ingresso na escola. Essa reflexão minimiza a ansiedade de ambos (adulto e criança) frente às novidades inerente às adaptações.
Desta forma, ingressar na escola exige uma adaptação da criança, mas também de toda a família e de todo o grupo que recepcionará esta criança. Assim, no primeiro momento de adaptação da criança na escola precisa ocorrer no horário em que ela esteja mais disposta fisicamente, bem como iniciar com pequenos períodos de tempo e os mesmos progressivamente irem aumentando, ficando atenta em encaminhar a saída da criança principalmente no momento que ela estiver mais gostando, pois sairá com vontade de voltar.
Neste período, a professora prima pela socialização da mesma, diminuindo as atividades mais acadêmicas, permeando o momento de permanência escolar com atividades mais livres e socializadoras, primando pelo cuidado físico da criança, pois se a criança não estiver atendida em suas necessidades básicas: sono, alimentação, necessidade de movimento, roupas adequadas ao clima, a insatisfação será vinculada ao fato de ir à escola. A criança precisa sentir-se segura na escola para que possa aprender cognitivamente e terá tempo ao aprendizado após sentir a escola como pertencente a sua rotina. Nas mudanças de professora, a mesma deve inicialmente conquistar a criança para posteriormente estabelecer a rotina. 
Para a criança, a escola tanto pode ser descrita como mundo encantado, organizado especialmente para os infantes brincarem com qualidade, com amigos que auxiliará em seus aprendizados, professores que ajudarão nas situações que ocorrerem, ficando assim mais inteligente, como ser um lugar no qual os pais deixarão seus amados filhos por não poderem ficar com ele. Se esta última situação ocorrer, a sensação de abandono imperará na relação: adulto/criança. Desta forma, a primeira questão para a adaptação na escola em toda e qualquer fase do desenvolvimento infantil é ter claro o que o espaço escolar representa à família. Que ideia de escola o adulto possui e como ele passará este à criança, o que esperar da escola, são questionamentos que permearão pensamento do adulto e demais ações frente a esse novo aprendizado da criança: ingressar no ambiente de educação formal – adaptar-se na escola. Confiança é uma palavra importantíssima quando se trata de iniciar uma nova relação e este sentimento demanda tempo e averiguação do trabalho da equipe, permeado ao ambiente que a instituição proporciona como um todo. Assim, toda adaptação exige um tempo da criança e do adulto para construir os novos relacionamentos com confiança.
Como a escola é um espaço coletivo, que segue regras de órgãos que estabelecem o seu funcionamento dentro de parâmetros específicos, a adaptação na escola precisa de comunicação constante entre pais, professores e coordenadores, pois através do diálogo que a confiança e o conhecimento se fundamentam.
Outro aspecto primordial é ter claro, que é justamente através da separação da mãe que a criança organiza-se enquanto sujeito e muitas vezes, é a escola que faz essa separação (delicada e dolorida para a maioria das mães). Pelo fato da mãe gerar um novo ser em seu próprio corpo e o alimentar através do mesmo, a relação mãe e filho é muito simbiótica, no qual por vezes a mãe tende a interpretar a criança e a falar constantemente por ela, algumas vezes até em excesso. Se a mãe responde constantemente pela criança, a criança além de não sentir-se estimulada a responder, ficará num conflito íntimo, pois se percebe impulsionada a agir, porém impotente em responder, bem como confusa em seus pensamentos. Desta forma é essencial lembrar que a comunicação se estabelece
através da linguagem que demanda uma ação que solicita uma resposta que pode não ser imediata. Dar espaço a resposta da criança, mesmo que esta venha através de um olhar, um instante de silêncio para depois ocorrer a palavra, possui suma importância ao desenvolvimento saudável do ser humano.
Adaptar-se na escola não é diferente, pois gerará a separação, por pouco tempo, da família. Essa concepção precisa estar clara. Os adultos, enquanto profissionais nas mais variadas áreas, preparam-se, organizam-se e se capacitam ao trabalho e enquanto pais, também precisam se preparar, organizar-se e capacitar seus filhos na vida social e o ambiente propício a este aprendizado é a escola. Esse aprendizado é mais fácil quanto mais nova for a criança. Nos primeiros meses, a adaptação da criança é rápida, pois ela precisa reconhecer como pertencente à sua rotina: o cheiro, o som, os profissionais e a movimentação de seu ambiente escolar. Com o crescimento, a criança passa a expor a contradição de querer ficar com os pais e também desejar permanecer na escola. Esse conflito só é superado com a tranqüilidade e firmeza do adulto em relação à escola, demonstrando à criança que a instituição de ensino e a educação sistematizada auxilia a socialização e ao bem estar do ser humano.
Após a adaptação inicial e a clareza que para a criança, toda a separação demanda de certa angustia, mas que esta será vencida por ser momentânea, permeada diariamente pela alegria do reencontro, a escola passa a ser parte de sua rotina. Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento auto centrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. 
compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um processo mais amplo de reconhecimento do outro. É importante lembrar que haverá novas adaptação a cada reingresso na escola após as férias e este período precisa ter a mesma atenção que o primeiro ingresso escolar.
O choro pode aparecer com maior intensidade nos primeiros dias de adaptação na escola, mas o choro nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola, assim como a ausência do choro não quer dizer que a criança está necessariamente se sentindo bem: o silêncio absoluto pode ser um indicador de sofrimento. Desta forma, é importante o adulto estar atento a comunicação da criança ou bebê em todas as suas dimensões. Deve-se ressaltar que o choro é a primeira forma de comunicação da criança e se entendido assim, o choro tende a diminuir quando a criança percebe que o educador prepara atividades e brincadeiras desafiadoras e interessantes.
Alguns cuidados cabem aos pais: entregar a criança para a professora seja esta no chão ou no colo e evitar a solicitação de que a professora retire a criança da mãe, demonstra a certeza dos pais para a criança e se os pais estão firmes de sua decisão, a criança logo supera a frustração do afastamento momentâneo. Evitar que adaptações e situações diferentes aconteçam concomitantemente também é de vital importância, como por exemplo: retirada do quarto dos pais, desfralde, etc.
Os interrogatórios do final do período escolar também cansam as crianças, assim os mesmos devem ocorrer progressivamente, evitando perguntas que sejam respondidas através das palavras: “sim” ou “não”, pois as mesmas não suprem às expectativas dos pais. Caso a criança relate algum aspecto negativo de alguma situação escolar, o adulto deve dar atenção ao mesmo na mesma medida que algo positivo, buscando refletir que durante o dia ocorrem episódios de maior e menor divertimento. Assim, toda adaptação demanda planejamento, calma, paciência, verbalização constante, segurança do adulto, bem como crença na possibilidade de aprendizado infantil.
Lembrar que a presença da mãe de um aluno remete aos demais alunos a falta de sua mãe, trazendo o sentimento de saudade e até de ciúmes perante o novo integrante ou ciúmes do novo integrante devido às outras crianças se aproximarem de sua mãe. Desta forma, a mãe não deve permanecer muito tempo dentro da sala de aula, buscando sair deste espaço e permanecendo na escola de forma que ela consiga ver ou ouvir seu filho sem que o mesmo, ou demais colegas, a percebam.
Outro fator imprescindível aos pais é saber que seus filhos que possuem problemas próprios e se estes sempre forem resolvidos pelos adultos, apresentarão uma adaptação mais delicada, pois terão também que adaptar-se a situação de poder resolver por si algumas situações que são inerentes a socialização. A ambivalência do sentimento dos pais, principalmente da mãe de proteger seu filho e também conseguir dedicar-se a seu cuidado pessoal e profissional é constante, mas este sentimento paulatinamente vai minimizando, dando lugar às alegrias dos progressos constante de seu filho através da percepção dos novos aprendizados.
Desta forma, a escola é importante porque na vida da criança, mais cedo ou mais tarde, só a companhia do adulto não a satisfaz e este é um dos motivos que a criança se agita, fica inquieta e principalmente impaciente quando não participa do universo escolar. Criança necessita de criança e a neurologia nos prova que o desenvolvimento da inteligência ocorre primordialmente na primeira infância e este ocorre com profissionais especializados e capacitados a este trabalho.
Esclarecer ao infante que ninguém mora na escola, pois todos possuem suas casas e famílias, o faz compreender que não será abandonado na escola, bem como que todos os dias, a rotina dos pais buscarem seus filhos é real.
O principal objetivo da educação infantil é a socialização e esta ensina a conviver em grupo, isto é, viver com as diferenças, aprender a esperar, observar, dividir, solucionar problemas da idade, colaborar, participar, perceber os próprios progressos, enfim, desenvolver a inteligência através das atividades livres e dirigidas e tornar-se um ser único em meio a tantos outros que possuem similaridades. Outro aspecto da educação infantil é que cada vez que um processo neurológico de maior maturidade tende a ocorrer, é normal a criança demonstrar certa regressão e esta regressão, muitas vezes, ocorre durante a adaptação.
Wallon nos ensina que adaptação esculpe o corpo. A criança aprende primeiramente com o corpo para depois racionalizar seus aprendizados. O movimento constante, o desejo de mexer em tudo, é parte da adaptação e se esta for superada, ampliará e constituirá a auto-estima de forma agradável e saudável.
Adaptar-se é permitir que uma parte desconhecida acrescente-se a rotina, modificando-a e proporcionando novos aprendizados. Assim, cada ano é necessário uma nova adaptação à turma, sala, horários e rotina até mesmo da família. Se este período for conversado, falado, explicado, significado, o mesmo transcorrerá de forma mais leve, agradável e amena.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Aniversário da EMEI PIMK

A EMEI PIMK está linda!!!

Toda decorada com as cores do Brasil em função da Copa e pelo mês do Aniversário da escola.







No dia 13 de junho houve uma festa em comemoração ao aniversário da escola...




A escola preparou com muito carinho e dedicação apresentações das crianças e uma linda festa com a participação da comunidade escolar.



A festa estava maravilhosa e as crianças radiantes, pois demonstraram o amor que têm pela escola!


A escola teve uma ideia super legal e fez uma campanha de doação de brinquedos para as crianças como presentes de aniversário para a escola.



As crianças adoraram!!!

Parabéns EMEI PIMK

Feira do Livro

Bate Papo com o autor Renato Velho, sobre o livro Gritolândia.

Parabenizamos as Escolas de Educação Infantil e as crianças que participaram com muito entusiasmo e sabiam tudo sobre a história...














A exposição de trabalhos também estava linda!!!











Tivemos ainda a participação das Escolas de Educação Infantil na Ciranda Infantil, com belíssimas apresentações!!!









Parabéns às equipes, professores e comunidade escolar e obrigada pela presença de todos.

Texto: Os desafios de estar Coordenador Pedagógico na atualidade

OS DESAFIOS DE ESTAR COORDENADOR PEDAGÓGICO NA ATUALIDADE


 Luciano Meneses Faria
     O papel do coordenador pedagógico ainda é muito complexo e divergem opiniões. Uns acreditam que a sua função está no fazer pedagógico, em auxiliar ou ser mediador de propostas e ações que visam atingir bons resultados na aprendizagem dos estudantes. Outros defendem que seu papel vai além do pedagógico, que seria um substituto do diretor, por estar ligado às questões burocráticas e administrativas da escola, um inspetor de pátio e sala de aula, agindo em caso de indisciplina dos alunos e até mesmo, caso necessário, agir a favor do professor em razão de conflitos entre alunos.
    Espera-se que o coordenador pedagógico seja especialista nas diversas didáticas e o parceiro do professor para transformar a escola em um espaço de aprendizagem. O que acontece na maioria dos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas e, a formação permanente dos profissionais que atuam em sala de aula fica em segundo plano ou desaparece.
    A importância deste estudo no seio da escola de educação básica, local de liderança deste sujeito facilitador, é pontual e necessário. Trataremos, neste trabalho, de uma reflexão que nos levará à compreensão do real papel do coordenador e como ele pode estar interagindo na comunidade escolar para alcançar bons êxitos na melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem, tornando o ambiente escolar propício ao desenvolvimento de um trabalho pedagógico, respeitando as distintas vozes que se apresentam na escola.
       Como agente responsável pela formação continuada na escola e com o objetivo de favorecer o trabalho docente na escola de educação básica, o coordenador pedagógico deve sensibilizar seu saber-fazer de maneira não centralizadora, tomando as decisões de acordo com o bem comum do coletivo. Embora muitos profissionais vêem o coordenador pedagógico como uma figura que tem que ‘saber tudo’ e dar todas as respostas para os  encaminhamentos pedagógicos, é necessário que este sujeito tenha liderança pedagógica e buscar no coletivo respostas aos desafios que se apresentam no ambiente escolar. Lima (2007) observa que quando o saber-fazer parte de uma concepção sensível da realidade, onde figura  como o mais importante a possibilidade de se trabalhar a intervenção pedagógica pela necessidade do grupo, pela identificação das manifestações que impactam mais de uma forma significativa estudantes e professores, não necessariamente somente causa prazer no clima organizacional da escola, mas promove a reflexão, o desafio, a significação da trajetória histórica em que vivem e desta, numa contextualização social, da qual a escola não está à margem.
      Piletti (1998, p.125) aponta as principais atribuições do coordenador pedagógico, listadas em quatro dimensões: a) acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação; b) fornecer subsídios que permitam aos professores atualizarem-se e aperfeiçoarem-se constantemente em relação ao exercício profissional; c) promover reuniões, discussões e debates com a população escolar e a comunidade no sentido de melhorar sempre mais o processo educativo; d) estimular os professores a desenvolverem com entusiasmo suas atividades, procurando auxiliá-los na prevenção e na solução dos problemas que aparecem.
      No entanto, a respeito deste amplo quadro de atribuições e até mesmo pelo desconhecimento das mesmas, muitos olhares sobre a identidade e função do coordenador pedagógico na escola, muitas das vezes lançados pelos próprios pares e a comunidade escolar. Ignorando o papel do coordenador pedagógico na escola, muitas atribuições são cobradas deste profissional que acaba assumindo uma função de gerenciamento na escola, que atende pais, alunos, professores e também se responsabiliza pela maioria das “emergências” que lá ocorrem, isto é, como personagem ‘resolve tudo’ e que deve responder pela vida da escola. Deste imaginário construído, muitos coordenadores acabam assumindo esse papel que se espera dele, passando a incorporar esse ‘modelo’ característico forjado em crenças institucionais e senso comum.
       Essas crenças no interior da escola e da comunidade escolar, sua desorientação e quase perda da identidade, inviabilizam a reflexão sobre suas práticas, perspectivas e sua intervenção no universo docente no cotidiano da escola. Existe uma dificuldade do próprio coordenador pedagógico no desenvolvimento do seu trabalho em definir seu campo de atuação na escola. Muitas das vezes ele sabe qual é o seu papel, porém abre mão por conta dessas crenças auto-realizadoras no interior da escola, acompanhando o ritmo ditado pelo senso comum que está cada vez mais arraigado no pensamento da maioria dos profissionais que atuam na escola e da comunidade escolar como um todo.
       Na tentativa de responder às demandas da escola, conforme o imaginário construído no interior da escola, o coordenador afasta-se de seu referencial atribuitivo. Este afastamento instabiliza o profissional, a tal ponto que, segundo Bartman (1998, p. 1):
 [...] o coordenador pedagógico não sabe quem é e que função deve cumprir na escola.    Não sabe que objetivos persegue. Não tem claro quem é o seu grupo de professores e quais     as suas necessidades. Não tem consciência do seu papel de orientador e diretivo. Sabe  elogiar, mas não tem coragem de criticar. Ou só critica, e não instrumentaliza. Ou só cobra, mas  não orienta.
        Nesse sentido, um novo olhar acerca da relevância do trabalho do coordenador pedagógico na escola há que se buscar, mediado pelo equilíbrio de suas atribuições como um dos eixos imprescindíveis à melhoria das práticas pedagógicas sistematizadas onde cada um e todos se tornam co-responsáveis pelo processo ensino aprendizagem.
        Sendo assim, o maior desafio do coordenador pedagógico é construir seu novo perfil profissional e delimitar seu espaço de atuação. Neste sentido, Fonseca (2001) destaca a necessidade do papel de um novo olhar do coordenador pedagógico na escola que deve ser orientado para:
-Resgatar a intencionalidade da ação possibilitando a ressignificação do trabalho – superar a crise do sentido;
-Ser um instrumento de transformação da realidade – resgatar a potência da coletividade; gerar esperança;
-Possibilitar um referencial de conjunto para a caminhada pedagógica;
-Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum;
-Gerar solidariedade, parceria;
-Ajudar a construir a unidade, superando o caráter fragmentário das práticas em educação, a mera justaposição e possibilitando a continuidade da linha de trabalho na instituição;
-Propiciar a racionalização dos esforços e recursos (eficiência e eficácia), utilizados para atingir fins essenciais do processo educacional;
-Ser um canal de participação efetiva, superando as práticas autoritárias e/ou individualistas e ajudando a superar as imposições ou disputas de vontades individuais, na medida em que há um referencial construído e assumido coletivamente;
-Aumentar o grau de realização e, portanto, de satisfação de trabalho;
-Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos, contradições e pressões, avançando na autonomia e na criatividade e distanciando-se dos modismos educacionais;
-Colaborar na formação dos participantes.
        Este olhar se faz necessário como busca da identidade deste profissional. É, sem dúvida, um espaço de conquista, de resolução de problemas e de assunção do papel profissional do coordenador pedagógico como ator social, agente facilitador e problematizador do papel docente no âmbito da formação continuada, primando pelas intervenções e encaminhamentos mais viáveis ao processo ensino-aprendizagem.
       Construir a identidade de um ofício e construir-se nele é realizar uma prática que busca o significado do papel e exercício da cidadania, pois a vivência escolar e nesta o desenvolvimento do trabalho pedagógico sustenta-se nos intercâmbios e nas aprendizagens comuns, respeitando-se a diversidade de posicionamentos. Sobre isso Lima (2007) enfatiza:
       Na sociedade do conhecimento em que vivemos que caracteriza pelo processo ensino-aprendizagem permanente e continuado (mundo globalizado e em processo de globalização) não é possível entender a escola e suas relações como se estivessem desvinculadas da totalidade social, materializando seus esforços, simplesmente, como transmissora de conhecimentos cujo dever formal se completa na formação de sujeitos determinados para uma sociedade impessoalizada e alienante.
      A coordenação pedagógica em seu sentido estrito deve garantir um espaço de diálogo, fortalecendo assim a vitalidade projetiva dos atores sociais na luta por uma educação de qualidade e primando pela superação dos obstáculos que inviabilizam as ações coletivas. Cabe ao coordenador pedagógico, junto com todos os outros educadores, exercer o ‘ofício de coordenar para educar’ também aqui no sentido de possibilitar trocas de saberes e experiências e aprender a aprender.
       Assumindo diferentes perfis, construindo-se no cotidiano escolar, a identidade deste profissional desdobra-se em diferentes posicionamentos entre rupturas e permanências, mas sem perder de vista a sua atribuição maior na convergência da formação de si e do outro. Se entendermos que a identidade é um processo de construção, então se propõe que sejam criados tempos de convivência, da coordenação pedagógica com os professores, e nestes possibilitadas as alternativas de formação continuada de todos os educadores evolvidos nesta construção.
      Construir um ambiente democrático não é tarefa fácil e, por isso, não é empreitada para apenas um elemento. “Uma gestão participativa também é uma gestão da participação” afirma José Carlos Libâneo (1996, p. 200). Quem ocupa cargos de liderança – como coordenador pedagógico ou diretor – precisa despir-se do posicionamento predominantemente autocrático para possibilitar o desenvolvimento de um clima em que todos contribuam com idéias, criticas, encaminhamentos, pois a gestão e participação pedagógica pressupõem uma educação democrática, ou seja, envolve muito mais do que estabelecer o que é urgente e prioritário, mas se assenta nas dimensões do ouvir, sugestionar em benefício do coletivo, revisitar posicionamentos, quando necessário, e primar pela análise e desdobramento do que é imprescindível para o processo ensino-aprendizagem discente, da formação continuada do professor e das metas que a escola se propõe em determinada situação ou realidade escolar. É preciso evidenciar e garantir espaços e tempos de debates. Administrar conflitos não é tarefa fácil. Acredita-se que as divergências podem ser valorizadas quando há respeito e consciência de que a formação continuada se dá e só tem sentido com a contribuição do outro.
      Numa proposta metodológica de ação-reflexão podem-se identificar três grandes etapas: Compreensão da realidade da instituição; Análise das raízes dos problemas (compreendendo a realidade escolar) e Elaboração e proposição de formas de intervenção de ação coletiva. Certamente estas são etapas significativas para o trabalho do coordenador pedagógico porque envolvem uma leitura de uma totalidade que prima pela contextualização de todos os elementos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, bem como das condições em que este se processa, levando também em conta as delimitações da função, mas ao mesmo tempo todas as contribuições que se fazem no cotidiano escolar.
         Muito mais do que a nomenclatura do cargo, na constituição da coordenação pedagógica deve-se primar pelo significado que tal cargo deve exercer em nível de liderança e condução dos trabalhos pedagógicos de uma unidade escolar.
       Numa gestão democrática há espaço para o diálogo e tomada de decisões de acordo com o bem comum do coletivo. Ao cultivar este espaço, no qual o coordenador pedagógico se coloca como mediador/orientador, pode-se crescer junto com o professor ampliando todos os olhares, sem perder de foco a responsabilidade de cada um no processo. Neste sentido, há que se ter a consciência de que o professor e também coordenador não tem todas as respostas para todos os eventos que ocorrem, mas as problematizam, encaminhando-as da maneira mais viável possível dentro do que se defende como processo democrático. No coletivo é possível buscar soluções para as adversidades que surgem no ambiente escolar.
       O coordenador pedagógico, sem dúvida nenhuma, é uma peça fundamental no espaço escolar, se ele atuar no sentido de integrar os envolvidos no processo ensino aprendizagem, mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua própria formação, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade, dando voz e vez aos elementos envolvidos neste processo. Isso só será possível no espaço de diálogo e debate com o coletivo.

 Referências Bibliográficas
 LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. Goiás; Alternativa, 1996.
LIMA, Paulo Gomes. Possibilidades ou potencialidades: a postura piagetiana na epistemologia genética sobre a gênese da inteligência. Acta científica. Ciências Humanas. Engenheiro Coelho: Unaspress: v. 02, n. 09, p.17 – 21- 2007.
PILETTI, N. Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 1998.
REVISTA NOVA ESCOLA, Gestão Escolar. Trio Gestor: Um trio coeso e bem articulado, ANO I – nº6 –p.22 a 28-Fevereiro/Março 2010.

Texto: Educando o olhar da observação

Educando o olhar da observação - Aprendizagem do olhar[1]
Madalena Freire Weffort
Aprendizagem do olhar
Não fomos educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos estereótipos produziu em nós paralisia, fatalismo cegueira.
Para romper esse modelo autoritário, a observação é a ferramenta básica nesse aprendizado da construção do olhar sensível e pensante.
Olhar que envolve ATENÇÃO e PRESENÇA. Atenção que segundo “Simone Weil” é a mais alta forma de generosidade. Atenção que envolve sintonia consigo mesmo, com o grupo. Concentração do olhar inclui escuta de silêncios e ruídos na comunicação.
O ver e o escutar fazem parte do processo da construção desse olhar. Também não fomos educados para a escuta. Em geral não ouvimos o que o outro fala, mas sim o que gostaríamos de ouvir. Neste sentido imaginamos o que o outro estaria falando... Não partimos de sua fala, mas de nossa fala interna. Reproduzimos desse modo o monólogo que nos ensinaram.
O mesmo acontece em relação ao nosso olhar estereotipado, parado, querendo ver o que nos agrada, o que sabemos, também reproduzindo um olhar de monólogo. Um olhar e uma escuta dessintonizada, alienada da realidade do grupo. Buscando ver e escutar não o grupo (ou o educando) real, mas o que temos na nossa imaginação, fantasia – a criança do livro, o grupo idealizado.
Ver e Ouvir demanda implicação, entrega ao outro.
Estar aberto para vê-lo e/ou ouvi-lo como é, no que diz, partindo de suas hipóteses, do seu pensar. É buscar a sintonia com o ritmo do outro, do grupo, adequando em harmonia ao nosso.
Para tanto também necessitamos estar concentrados com nosso ritmo interno. A ação de olhar e escutar é um sair de si para ver o outro e a realidade segundo seus próprios pontos de vista, segundo sua história.
podemos olhar o outro e sua história se temos conosco mesmo uma abertura de aprendiz que se observa (se estuda) em sua própria história.
Nesse sentido a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo à luz da teoria que nos inspira. Pois sempre vejo o que sei” (Jean Piaget). Na ação de se perguntar sobre o que vemos é que rompemos com as insuficiências desse saber, e assim, podemos voltar à teoria para aplicar nosso pensamento e nosso olhar.
Esse aprendizado de olhar estudioso, curioso, questionador, pesquisador, envolve ações exercitadas do pensar: o classificar, o selecionar, o ordenar, o comparar, o resumir, para assim poder interpretar os significados lidos. Nesse sentido o olhar e a escuta envolvem uma AÇÃO altamente movimentada, reflexiva, estudiosa.
Neste processo de aprendizagem venho constatando alguns movimentos na sua construção:
·         o movimento de concentração para a escuta do próprio ritmo, aquecimento do próprio olhar e registro da pauta para a observação. O que se quer observar, que hipóteses se quer checar, o que se intui que não se , não se estende, não se sabe qual o significado, etc.;
·         o movimento que se dá no registro das observações, seguindo o que cada um se propôs na pauta planejada. Onde o desafio está em sair de si para colher os dados da realidade significativa e não da idealizada;
·         o movimento de trazer para dentro de si a realidade observada, registrada, para assim poder pensá-la, interpretá-la. É enquanto reflito sobre o que vi , que a ação de estudar extrapola o patamar anterior. Neste movimento podemos nos dar conta do que ainda não sabemos, pois iremos nos defrontar com nossas hipóteses adequadas e inadequadas e construir um planejamento do que falta observar, compreender, estudar.
Este planejamento aponta para dois movimentos:
Um que vai lidar com a construção da nossa pauta de observação segundo os movimentos mencionados, para sua construção. Ou seja , a observação avalia, diagnostica a zona real do conhecimento para poder, significativamente, lançar (casando conteúdos da matéria com conteúdos do sujeito, da realidade) os desafios da zona proximal do conhecimento a ser explorado.
Outro que concentra-se na devolução (sair de si, outra vez...) para construção de propostas de atividades (enraizadas nas observações feitas para o grupo onde novos desafios irão ser trabalhados).
Podemos concluir, portanto, que o fato de observar envolve todos os outros instrumentos: a reflexão, a avaliação e o planejamento pois todos se intercruzam no processo dialético de pensar a realidade.
            Direcionando o olhar
O instrumento da observação apura o olhar (e todos os sentidos) tanto do educador quanto do educando para a leitura diagnóstico de faltas e necessidades da realidade pedagógica.
Para objetivar esse aprendizado o educador direciona o olhar para três focos que sedimentam a construção da aula:
·         o foco da aprendizagem individual e/ou coletiva;
·         o foco na dinâmica na construção do encontro;
·         o foco da coordenação em relação ao seu desempenho na construção da aula.
Por que é necessário focalizar o olhar? Olhar sem pauta se dispersa. Olhar pesquisador tem planejamento prévio da hipótese que vai perseguir durante a aula, em cada um desses três focos.
No início desse aprendizado, em qualquer grupo, é adequado ter somente um foco para priorizar, ou na aprendizagem, ou na dinâmica, ou na coordenação. Dado como suposto a grande dificuldade de concentração do olhar, do pensamento e da participação ao mesmo tempo, é aconselhável priorizar um foco por vez.
No foco da aprendizagem o desafio do educador é lançar questões que cercam a observação do educando em relação ao seu próprio processo (ou do grupo) de aprendizagem. Questões como: - Que momentos de mal estar eu vivi no decorrer da aula? - O que de mais significativo constatei que sei e que não sei? Etc. Com estas questões lançadas no início do encontro – e que serão no final retomadas na avaliação da aula - , o desafio é obrigar o educador a construir um distanciamento (reflexivo) sobre o seu processo de aprendizagem durante o desenvolvimento da aula.
que essas questões lançadas no início da aula são no final retomadas na atividade de avaliação, podemos concluir que estas questões, chamadas por mim de Pontos de Observação, constituem a pauta da avaliação. Ou seja, os pontos de observação constituem o planejamento da avaliação da aula.
Os pontos de observação em cada foco apóiam a construção do aprendizado do olharolhar a dinâmica do encontro, dinâmica que não significa criar atividade de sensibilização, dinâmica que aqui é entendida como o jeito, o ritmo que o grupo viveu a construção das interações na aula, acelerado, arrastado, em desarmonia, em harmonia, etc. Dinâmica que envolve observar o grupo juntamente com a coordenação.
Questões neste foco poderão lidar com: - Quais os movimentos rítmicos que o grupo viveu durante sua participação na aula? Ou, - Como o grupo expressou suas divergências e/ou concordâncias durante a aula? Etc.
Aprendendo a olhar a si próprio, ao grupo, a dinâmica que vai sendo composta, vai alicerçando a capacidade de ler e estudar a realidade.
Observar a coordenação faz parte do pensar o que é ser educador, o que é ser educando. E enquanto o educador observa o ensinar da coordenação, que ele aprende a ser melhor aluno e também melhor educador. Pelo simples fato de que, diante do modelo, ele pensa, reflete, distancia-se, constrói conceitos-teoria do que é aprender e ensinar.
Também observando a coordenação inicia seu processo de desmistificação da mesma. Começa a constatar que ela comete erros, derrapadas, incoerências, etc.
Questões nesse foco poderão cercar: -Como a coordenação construiu sua sintonia com o conteúdo da matéria e o significativo do grupo? Ou, _Como a coordenação lidou com os conflitos, as divergências, as diferenças durante a aula? Etc.
Estar sendo observado é instrumento valioso para a coordenação, pois nesse retorno de seus alunos pode ter uma avaliação do que realmente está conseguindo ensinar. Se está conseguindo atingir seus objetivos ou o que falta construir de intervenções, encaminhamentos, devoluções, para a próxima aula.
Neste espaço onde o educando fez devoluções sobre seu ensinar e aonde o educador vai podendo construir-se (educando-se) também enquanto aprendiz.
            Sobre a prática do instrumento da observação entre educador e educando
Educador aprende ao observar. Educando também.
Educando troca com educando, coordenado pelo educador, sobre o que se observa.
Educador troca com educador, coordenado por um outro educador, sobre o que se observa.
Educador interage com educando devolvendo-lhe, espelhando-lhe suas conquistas e faltas na situação observada.
O educador quando desempenha a função de observador, como co-produtor que foi da pauta e do planejamento do professor, tem uma atuação vivamente reflexiva, porém silenciosa para o grupo. Ele é um outro educador, com uma tarefa diferenciada, específica: - Observar a coordenação no seu ensinar, na sua interação com o grupo e seus participantes.
Ele não faz intervenções nem devoluções para o grupo porque como também, poderá haver certas atividades onde sua participação com intervenções seja planejada anteriormente.
Ele faz devoluções de suas observações para o educador do grupo. Neste sentido, um educador, quando está nesta função, é educador do educador. Por isso mesmo não interage com os educandos de seu educador, mas somente com ele (educador), devolvendo-lhe suas observações, espelhando conquistas e faltas na prática deles.
Sobre a ação do observador
Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, sem devolução e muito menos sem encontro marcado...
Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la mas sim, fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica.




[1]              Texto retirado do livro: FREIRE, Madalena . Observação, registro e reflexão. Instrumentos Metodológicos I. 2ª ED. São Paulo : Espaço Pedagógico, 1996.